Ver a vida selvagem na Namíbia não se limita apenas dentro das cercas dos Parques Nacionais e reservas privativas, na verdade por todo o caminho você terá chances de se deparar com diferentes tipos de espécies, ainda que remotas dependendo da região que estiver. Mas para garantir um maior contato com os animais, o parque Etosha foi o primeiro destino do nosso roteiro.
Etosha – Parque Nacional
O Etosha é um parque nacional e possui uma extensão de mais de 20 mil km2, e deste total, 20% é ocupado por um lago deserto de sal que chega a 130 km de largura, com 50 km de comprimento, que permanece seco a maior parte do tempo, com exceção de um curto período no verão.
A savana repleta de animais, com a vista deste lago de sal ao fundo, forma uma paisagem sem igual! Prepare sua câmera e seu (s) cartão (ões) de memória (s).
Quando ir:
O Etosha é “visitável” durante os 12 meses do ano, mas a melhor época para avistar os animais é na estação seca, entre maio a setembro, já que os pontos de água ficam menos espalhados, e também conta com clima mais ameno.
Quantos dias:
Para conhecer com tranquilidade o parque, 3 dias é o essencial, podendo escolher passar cada noite em um lugar diferente.
Entrada:
Taxa de entrada: Custa N$ 80 por pessoa, mais N$ 10 por veículo, por dia (24 horas)
Os registros foram feitos no portão, mas a taxa é paga em alguns campings. Por exemplo: nós entramos pelo Anderson Gate, (vindo de Windhoek) e paramos em Okaukuejo para pagar a entrada do parque, e também para passar a noite.
Entrada e Saída: Os horários de abertura e fechamento dos portões são de acordo com os horários do nascer e pôr do sol da época que se estiver lá.
Por lá:
Carro: Os safaris podem ser feitos com seu próprio carro (fizemos com um carro baixo, sedan), e apesar das estradas serem de terra, não tivemos quaisquer problemas. Claro que quanto mais alto for seu veículo melhor será seu alcance de visão, especialmente quando se formam as aglomerações de carros na estrada para avistar algum felino. Por isso as caminhonetes são as mais recomendadas.
Mapa: Recomendamos fortemente comprar o Mapa do parque em uma das lojinhas dos Rest Camps (vilarejo dentro dos parques nacionais), porque nelas contém os caminhos, distâncias entre os locais, as fotos dos animais e demais pontos de interesse.
Quais Animais se vê por lá?
Vimos elefantes, girafas, rinocerontes, zebras, antílopes, gnus, órix, avestruzes, chacal, hiena (s) e muitos leões (Sim, no plural), porém todos de longes ou a noite.
Na espreita dos animais:
Para avistar os animais a melhor forma é seguir o ritmo deles, acordar cedo e aproveitar o clima ameno da manhã, pois neste horário eles estão caçando ou indo em busca de água, antes que o dia esquente demais – a mesma regra vale para o final do dia. Os melhores pontos para avistar a vida selvagem são nos water holes (poços de água) marcados no mapa, considerando que o Etosha é um lugar bem seco, por isso os animais se concentram em torno destes poços. Lembre-se que para avistar os felinos é preciso ter uma dose de paciência e sorte.
Infelizmente nós não tivemos a sorte de avistar leões de perto, às vezes que os encontramos estavam debaixo da sombra de árvores descansando. Fomos em Novembro, e fazia muito (muito) calor durante o dia…não dava pra culpá-los por querer se refrescar do sol escaldante.
Vale ressaltar que não existe a garantia de ver os animais nos Parque Nacionais, e nenhum tour privativo consegue rastreá-los, pois os animais estão soltos na vida selvagem e a sua visualização dependerá unicamente de sorte. Diferente das reservas privativas, aonde o proprietário pode usar de diferentes artimanhas para encontrar os animais, para o deleite dos turistas.
Passeios:
O parque oferece tours, os Games Drives, que são reservados nos Rest camps, saindo em 3 horários: os Morning, Afternoon e Night Drives, sendo que Morning e Night circulam no parque em horários cujos os portões do parque estão fechados, não sendo mais permitido o trânsito de carros (dos turistas e dos tours privativos) de fora do parque fazerem safaris, o que acaba sendo uma vantagem.
Os Preços em Okaukejo: Morning and Afternoon = N$ 550 pp, e o Night Drives: N$ 660 pp.
Alojamentos:
Ao redor do parque existe uma infinidade de opções de hospedagem. Já dentro do parque há 6 opções de alojamento, sendo dois mais exclusivos, um apenas para camping, e três com ambas opções, campings, quartos e lodges. Para quem optar por acampar geralmente encontrará vaga fora da alta estação, já para quem prefere ficar nos quartos, ou lodges, recomendo reservar com certa antecedência.
Para mais informações pode acessar os sites: www.nwr.com.na e etoshanationalpark.org
Os preços são de acordo com o tipo de acomodação, e variam de lugar para lugar. Veja as opções de Okaukejo:
Nós optamos por ficar dentro do parque, porque acreditamos que isso permite viver mais a rotina dos animais. Passamos duas noites em campings por ser a opção mais econômica de estadia, e mesmo assim não achamos tão em conta (para nossos padrões, é claro).
Preços para camping: N$ 150 por pessoa, mais N$ 250 pelo espaço do camping
Das duas noites que estivemos por lá, ficamos a primeira em Okaukuejo e a subsequente em Halali. Ambos os parques são estruturados com posto de combustível, mini mercado, restaurante, piscina e possuem uma área em que é possível sentar de frente para um poço de água (Water hole), para visualizar os animais que chegam e saem em busca de água.
Achamos o Okaukejo maior, com melhor restaurante e mais opções no mercadinho, porém a infraestrutura do camping foi mais aconchegante no Halali, com mais árvores para sombra, e mesinha de concreto na área destinada ao acampamento. Ambos os lugares possuem um ponto de energia para recarregar os eletrônicos (tomada Namibiana), uma luminária e banheiros coletivos com chuveiro de água quente bem mantidos e razoavelmente próximos.
Viajamos em novembro, e fazia muito calor durante o dia, sendo impossível ficar muito tempo sem buscar uma sombra. Dormir em barraca também era quente mesmo durante a noite, mas não impossível de se aguentar, pois a temperatura fica mais amena com o final do dia. A dica é deixar a barraca bem ventilada (sem a capa de chuva).
Esta foi nossa segunda experiência com Safári no continente Africano. Conhecemos também o parque Nacional Kruger da África do Sul (Kruger National Park), que além de ser maior do que o Etosha, tem uma infraestrutura melhor nos seus rest camps. Porém o Etosha nos trouxe uma sensação maior do desconhecido, selvagem, nos pareceu menos explorado pelos turistas do que o parque do país vizinho, além de contar com cenários deslumbrantes desse deserto de sal no meio do parque, aonde animais selvagens vivem no limite, com a escassez de água e calor abundante. Ambos nos passaram muita sensação de segurança, lembrando sempre que é você quem está no habitat dos animais, então deve-se respeitá-los e também as regras do parque.
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