Sagada – Filipinas, a ”meca dos mochileiros”

Sagada – Norte de Luzon – Filipinas

 1) O que esperar:

Guias internacionais classificam Sagada como a ”Mecca’‘ dos Mochileiros,  por suas cavernas para serem exploradas, os instigantes Cachões Suspensos (os do Echo Valley são os mais famosos), além de varias opções de trekkings e cachoeiras localizadas em seu entorno. Para nós, brasileiros, o que mais costuma chamar à atenção em Sagada são os cachões suspensos, já que o nosso território é abundante em cavernas, trilhas, cachoeiras e demais passeios outdoor como os que possuem na região.

Apesar disto, Sagada foi uma ótima oportunidade para entender (interagir) a forma como funciona a vida numa cidade pequena das Filipinas. Notamos que os preços, apesar de serem bastante similar aos de suas cidades vizinhas (Bontoc, Banaue, Batad), não eram diferenciados para turistas para usufruto das atrações e/ou transporte.

 

Obs: Informamos neste artigo os valores pagos em Pesos Filipinos (PHP); 1 R$: (+-) 15 Pesos

2) Quando ir:

A melhor época para visitar Sagada é entre os meses de Novembro e Fevereiro, em que o clima é fresco e seco. Apesar disso, estivemos em Fevereiro e teve uma chuva leve, com céu nublado, durante nossa estadia.

3) Quantos Dias Ficar:

Ficamos dois dias inteiros  em Sagada(Chegamos ao meio dia do primeiro dia, e fomos embora ao meio dia do terceiro) e foi tempo suficiente para explorar as atrações de nosso interesse, sem muita correria.

4) Como Chegar:

A logística nesta região das Filipinas não é muito eficiente, então prepare-se para exercitar a virtude da paciência, já que os filipinos não são muito pontuais – na verdade os horários de saída/chegada são meramente decorativos, uma vez que meio de transporte (jeepney/van/ônibus) inicia a viagem apenas quando lotar, ou atingir um mínimo de pessoas que quase enche o veículo. Portanto é muito importante perguntar para os locais, ou para o staff da sua hospedagem, os horários que “deveriam” partir os transportes, e programe-se para chegar com alguma antecedência, pois a lotação pode ser atingida antes do horário de partida.

Veja mais como funciona os transporte nas Filipinas. (artigo em construção)

Ao conversar com os locais e viajantes, concluímos que existem três melhores formas de se chegar em Sagada – ambas partindo de Manila:

Primeira opção:

Existe uma linha que faz esse trajeto direto Manila →Sagada, porém apenas com saídas diurnas: codalinesph

Segunda Opção:

Itinerário Simplificado: Manila→ Baguio →Sagada, ou Manila →Baguio→ Bontoc → Manila

Ir de Manila até Baguio de ônibus de linha (6-7 horas) pela empresa victoryliner, e de Baguio tomar um Ônibus de linha até Sagada (5/6hrs), a partir das 6:00 até 13:00, com frequência de hora em hora. Existe ainda a alternativa de, em Baguio, pegar um ônibus até Bontoc (com maior frequência), e de Bontoc ir para Sagada (40 min de viagem) com Jeepneys ou Vans.

Esta é a opção que a maioria dos viajantes opta para explorar a região (vale tanto para o trecho de ida, como para a volta).

Terceira opção:

Itinerário Simplificado: Manila→ Banaue →Bontoc → Sagada.

Partir de Manila até Banaue num ônibus de linha noturno direto, cujo tempo aproximado de percurso varia entre 8 horas e meia a 10 horas, com as cias Ohayami, Coda / KMS, Florida. O custo entre elas é variável, mas fica entre 450 a 550 PHP.

De Banaue deve-se tomar um Jeepney para Bontoc, cujo tempo estimado de percurso é de 1h30 , mais o tempo de espera até a lotação do veiculo. O primeiro Jeepney costuma partir ás 09h00 (am), ao custo médio de 150 PHP. Fica a dica de que quanto mais tarde no dia, mais difícil fica de conseguir um transporte

De Bontoc, tomar outro Jeepney/van até Sagada, cujo tempo de percurso leva cerca de 45 minutos, mais o tempo de esperar o transporte lotar, ao custo de 50 Pesos.

 

Esta terceira opção acabou sendo a nossa escolha, e dentre opções de cia de ônibus, a escolhida foi Florida – custou 530 PHP – sendo um pouco mais cara que as outras por possuir banheiro no ônibus. Apesar das poltronas serem bem desconfortáveis (igual ás demais empresas), as duas paradas feitas durante a viagem foram em locais agradáveis, com boa estrutura de banheiros e lanchonetes.

Dica: é preciso ter em mente que a maioria dos Jeepney circula entre os vilarejos e cidades da montanha até as 13h (1h pm da tarde), com horário restrito ou às vezes sem horário de partidas pela parte da tarde. Se precisar se locomover após esse horário entre essas localidades, talvez precisará contratar um transporte privativo.

Se tiver tempo ou por acaso ficar ‘’preso’’ em Bontoc, esta cidade possui terraços de arroz super recomendando por sua beleza.

5) Atrações:

A poucos passos da estação de Jeepney e ônibus, está o centro de informação turística de Sagada. Logo que se chega na cidade, é necessário registrar-se neste estabelecimento, e custa 35 Pesos por pessoa. Após pagar, você receberá um recibo que necessita ser guardado e apresentado na entrada dos pontos turísticos em Sagada e região, além de um mapa bem útil da região, com a lista de todas as atrações.

Por determinação do departamento de turismo da região, a grande maioria dos passeios feitos precisa ser acompanhado por um guia local, sendo que em alguns destes passeios a presença do guia é extremamente necessária – caso do passeio Cave Connection. Existem outros passeios mais curtos que a presença de guia é desnecessária do ponto de vista de dificuldade de acesso, porém é bacana a presença de guia mesmo assim, pois sempre pode-se aprender mais sobre as histórias da região, além de ajudar financeiramente o povoado local.

  • Echo Valley Lookout e Hanging Coffins. Caixões ancestrais pendurados na parede de rochas

  • Lumiang Burial Cave;

  • Sumaging Cave;

  • Cave Connection: Aventura nas cavernas, são trekkings de 3 a 4 horas explorando cavernas, com direito a banho nas piscinas internas;

  • Rafting

  • Bokong Waterfalls: 30 minutos de caminhada até a cachoeira

  • Bomod-ok Falls: Caminhada de 45 min, e necessita de um guia pra esse passeio. Esta cachoeira é maior que a Bokong.

Como fizemos:

Echo Valley Look out, e Hanging Coffins,(dia 1)

Chegamos no final do dia em Sagada e tivemos tempo de visitar o Echo Valley Look out, e Hanging Coffins, que está a cerca de 5 minutos do centro de informação turística, com sua entrada após passar a igreja de pedra, ao lado esquerdo. Na entrada é necessário apresentar o recibo e contratar o guia, que custa 200 Pesos para o grupo.

O caminho não é tão interessante; no mirante pode-se, além de apreciar a vista, escutar o eco da nossa voz, e alguns degraus mais abaixo estão os caixões (dos mortos) suspensos na rocha, que é algo raro de se ver. O percursos total desse passeio leva cerca de 30 minutos.

 

Dicas: Outro Passeio que poderia ser incluso nesse dia é seguir até Bokong Waterfalls, cerca de 30 minutos de caminhada do centro de informação. Os viajantes que fizeram esse passeio relataram não precisar de guia para chegar ao lugar.

Cave connection (dia 2)

Fazer o Cave connection em Sagada estava no topo da nossa lista. O custo do tour foi de 450 Pesos por pessoa, e é recomendando ter sapatos de borracha (havaianas serve), e calças legging ou shorts (tenha em mente que parte do trajeto passa por um poço de agua de 1metro de profundidade – atinge quase a bunda para uma pessoa de 1,60 de altura.

Esse percurso se inicia na Caverna Lumiang, e segue caverna a dentro por cerca de 3 horas de percurso, cujo final de percurso se dá na caverna Sumaging. Se a ideia for explorar apenas a Caverna de Lumiang, não é obrigatória a contratação de guia.

Procuramos o centro de informações turísticas (no centrinho de Sagada) logo cedo, as 8 da manhã, e tinha guias disponíveis para nos levar para o passeio. O mesmo perguntou se gostaríamos de transporte privativo até o início da caverna, ao custo de 200 Pesos para o grupo todo, e recusamos. Segundo as informações do guia, o percurso levava 45 minutos, mas fizemos em 20 minutos com direito a parada para as fotos. O caminho é agradável e compostos por descidas, portanto não é necessário a sua contratação, ao menos para o trecho de ida até a caverna. Na volta sim é aconselhável, já que o percurso é em subida, e você estará (muito provavelmente) cansado ao fim do passeio.

Entramos pela caverna Lumiang, cuja grande atração está logo na sua entrada, que são os seus caixões suspensos. O percurso segue caverna adentro, embrenhando-se por entre fendas minúsculas entre as rochas. Acredito que cerca da metade do percurso é composto de descidas, nas quais passávamos por buracos apertados ligando os salões da caverna. Estar de havaianas nessa etapa não facilita muito, porque parte do caminho é escorregadio, por isso talvez fosse melhor estar de tênis ou botinas, e apenas usar as havaianas na parte “molhada” do passeio.

Pela metade do caminho é preciso seguir (subir) com a ajuda de uma corda, não mais que 3 metros de altura.

Finalizando essa parte, chega-se na parte com água, e algumas formações rochosas mais atraentes – aqui já se está na caverna de Sumaging. Atravessa-se uns 20 metros com água, e o caminho segue em direção a parte final do percurso, acompanhado ao lado pelo rio de dentro da caverna que se atravessou antes, e acima pelos morcegos.

O final é composto por um trecho de subida entre as rochas, que segue por uma escadaria, terminando na entrada da Caverna de Sumanging, onde fica o check point desta atração, no qual é cobrado o recibo do pagamento da taxa turística.

Para o retorno, fomos de van e custou 250 Pesos para o grupo.

Nós não achamos as formações destas cavernas muito impressionantes, pois já estivemos em outras muito mais icônicas no Brasil, mas fazer o trecho interno entre Lumiang e Sumaging foi uma boa dose de aventura, podendo ser realizado por pessoas sem muito preparo para tal tarefa, porém é sempre preciso ter cuidado nas partes escorregadias.

À Tarde: Após o almoço, planejamos ir a – Bomod-ok Falls no vilarejo de Bangaan, mas ao chegar no Jeepney, pelas 2 horas da tarde, fomos informados de que possivelmente não teríamos transporte de volta para Sagada ao final do dia. Então mudamos de planos e resolvemos fazer uma caminhada por Sagada neste dia, adiando a ida a Bagaan para o próximo dia cedo.

Bomod-ok Falls (dia 3):

Acordamos cedo para pegar o Jeepney das 7 para Bangaan, vilarejo a cerca de 15 minutos de Sagada (+- 5 km) e custou 20 Pesos.

O Jeepney nos deixou em frente ao início da trilha para a cachoeira de Bomod-ok, lugar no qual é preciso apresentar o recibo da taxa turística, e contratar um guia local ao custo de 500 Pesos para o grupo, para seguir o passeio. O legal é que são guias mulheres vindas do grupo de mães da comunidade, na qual a cachoeira se localiza.

Para se chegar até a Cachoeira são mais uns 50 minutos (com parada para fotos) de descida, passando pelo vilarejo, pagando uma taxa de 10 Pesos por pessoa para a comunidade, e mais alguns minutos de caminhada pelos terraços de arroz, até chegar a cachoeira. Após alguns minutos de contemplação, iniciamos o trajeto de volta, durando cerca de uma hora até o topo. Estávamos com pressa, pois estávamos com planos ir a Banaue no mesmo dia.

Voltando ao vilarejo de Bangaan, aonde descemos do Jepneey na ida, fomos informados de que só havia Jeepneys fazendo o trecho de volta próximo do meio dia. Não encontrando nenhum transporte privativo, fizemos o caminho de volta caminhando, que durou cerca de 1 hora até Sagada.

Volta a a Banaue:

O melhor jeito de ir de Sagada a Banaue (via Bontoc) é o mais cedo possível. Mas como nós incluímos o passeio a Bomod-ok Falls no mesmo dia que havíamos planejado o retorno para Banaue, acabamos pegando o Jeepney de Sagada para Bontoc ao 12:00 (que encheu rapidamente e saiu um pouco antes do horário). Chegamos em Bontoc um pouco antes da 1h, horário do último Jeepney para Banaue, segundo informações em Sagada. Pedimos para o Motorista nos deixar no terminal para Banaue, e para nossa infeliz surpresa a van (desta vez era uma van!!) estava vazia, o que nos fez ficar esperando por algumas horas até que passou um Filipino – era um antigo guia da região – e nós ajudou, nos conduzindo a outro grupo de pessoas que também estavam esperando uma van para ir a Banaue. Resumo da história, partimos de Bontoc perto das 3h da tarde.

Dica Importante para transporte:  Como a oferta de horários de partida das vans/jeepneys/ônibus é dependente da demanda de passageiros, quanto antes você for ao ponto de partida e compor o grupo de pessoas que deseja ir para o destino final, melhor! Lembre-se, nas Filipinas, não são os horários “programados” de partida dos transportes públicos que ditam o tempo de início da viagem, mas a capacidade de lotação de pessoas do veículo. O transporte só sai quando a lotação fica 100%, ou muito próximo disso. Fecha parêntesis.

6) Roteiro Sugerido:

Se você quiser conhecer Sagada e tem dias contados de viagem, sugerimos um roteiro mais eficiente do que fizemos:

A maiorias de pessoas chega na parte da tarde em Sagada, devido a “ineficiência” do transporte pela região. Chegando neste período, é possível conhecer o Eco Valley (uma das principais atrações) e Bokong Waterfalls (se preferir).

Se deseja incluir Bomod-ok Falls em seu roteiro, o faça no segundo dia cedo, e deixe para fazer o Cave Connection pela parte da tarde, ou ainda no próximo dia cedo, evitando assim ficar à mercê dos horários de Jeepney para ir ou voltar para o Centro de Sagada.

No terceiro dia comece a planejar seu transporte de volta para Banaue (Batad), ou Manila o mais cedo possível.

 

7) Acomodação e Alimentação:

Acomodação: pela comodidade da localização, ficamos hospedados no Hotel Isabelo´s Inn, que fica bem próximo do terminal de Jeepney e informações turísticas de Sagada, ao custo de 800 Pesos para duas pessoas, inclusos banheiro privativo e aguá quente. Havia também a opção de quarto individual, sem banheiro e água quente, por 350 Pesos. Instalações simples, e café da manha por 140 Pesos. Também a alguns passos para cima do morro, está o Sagada Homestay, um lugar grande, bem acolhedor, com restaurante e fogueira ao ar livre, que oferece quartos com preços similares.

Alimentação: Testamos algumas opções de restaurante em Sagada como o Yogurt House, e Brew Restaurnt, os quais foram bons. Já o Dinners 2 – restaurante mais local – e o Sanghai não atenderam a nossa expectativa. Em resumo, uma refeição em um restaurante mais simples custa 100 Pesos, enquanto que em um lugar mais turísticos cerca de 200 Pesos. Lembre-se de sempre se abastecer de frutas, bebidas e snacks nos minimercados para encarar os passeios ao redor da cidade.

Yogurt House

 

Apesar de Sagada não ser um dos lugares que mais nos impressionou por suas paisagens, foi uma ótima oportunidade de se conhecer uma cidade pequena do interior das Filipinas, e ter a opção de viajar junto com os locais nos transportes que eles utilizam, e apreciar o modo de vida tranquilo.

 

De Sagada partimos para Batad, Veja nossas dicas viagem.

 

 

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